G20 e o imposto mundial sobre a riqueza
Em 2024, o Brasil assume a presidência da cúpula (ou summit, em inglês) do G20, que está agendada para meados de Novembro. Por essa altura, estarão reunidos no Rio de Janeiro altos representantes das maiores economias mundiais, incluindo os da União Africana, da China, da Índia, da União Europeia e dos Estados Unidos da América.
Lula da Silva apresentou como prioridades o “combate à fome, pobreza e desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável (económica, social e ambiental); e reforma da governança internacional.”. Neste contexto, será discutida uma proposta brasileira para um imposto global sobre riquezas bilionárias1.
Hoje em dia, como demonstrado pelas investigações da ProPublica, os bilionários praticamente não pagam imposto. Tanto o Warren Buffett como o Jezz Bezos, por exemplo, viram os respetivos patrimónios crescer dezenas de milhares de milhões de euros e pagaram menos de 1% dos ganhos em impostos.
A proposta apresentada taxa em 2% a riqueza dos cerca de 3000 bilionários existentes. Este imposto deverá arrecadar cerca de 250 mil milhões de dólares (250 000 000 000$) anualmente. São muitos zeros. Este valor é aproximadamente igual ao valor produzido por toda a economia portuguesa durante um ano!
Não é a primeira vez que esta medida é proposta: foi-no também por Elizabeth Warren quando concorreu, em 2020, à presidência dos Estados Unidos da América. Warren não passou das primárias, mas desta vez existem mais razões para ter esperança: esta semana, os ministros do Brasil, de África do Sul, da Alemanha e de Espanha assinaram no The Guardian uma posição conjunta sobre esta medida. Por favor, lê-a agora!
É hora de mostrar o nosso apoio a esta medida, para que esta iniciativa possa ser levada avante. Para que a tributação seja mais justa e para que possamos investir, todas e todos, em projetos que não podem mais esperar, seja o combate à pobreza, seja a transição energética!
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Maldita divergência quanto ao significado de bilião… Aqui, chamo de bilionário a quem tenha mais de mil milhões de dólares em património. ↩