Na semana passada, em duas ocasiões, amigos meus apresentaram como despesas das suas empresas unipessoais coisas que nada têm a ver com a sua atividade profissional.

Infelizmente, esta é uma prática comum. Parece-me que a generalidade das pessoas não a condena — mas devíamos!

Se um jantar de amigos de 100 EUR contar como despesa de uma empresa, o valor do lucro da empresa desce. Caso taxa média de imposto fosse 20%, são 20 EUR que não vão para o setor público.

Caso alguém entrasse num supermercado e roubasse1 umas laranjas, a condenação seria geral. E o mesmo aconteceria se alguém levasse consigo uma caixa de canetas depois de uma visita à câmara municipal.

Em tempos, era prática recorrente beber e conduzir. Felizmente já não é o caso. Está mais que na hora de condenar esta atitude generalizada de fuga ao fisco, de chamar a atenção, de tornar o ato desconfortável e de explicar as nossas razões.

Estou certo que são muitos os que o fazem por não terem pensado mais sobre o assunto. Temos a obrigação de os confrontar com os efeitos de segunda ordem desta prática.

Não agi da primeira vez. Diz o G. W. Bush que you can’t get fooled again, e assim fiz.

f.

  1. Leia-se furtasse