Declaração IX convenção BE Açores
Somos uma região autónoma com um lema radical inscrito no nosso brasão, mas não o temos levado a sério: “Antes morrer livres que em paz sujeitos.”
Com efeito, não só somos a região mais pobre, mais desigual e com menos escolaridade, como somos também aquela em que menos gente vota.
O nosso lema tem sido só garganta. Pelo menos, para a maioria.
O Bloco Açores tem apresentado muito trabalho na assembleia regional e nos órgãos onde se encontra representado. Somos um partido pequeno, mas que apresenta resultados melhores que os outros com assento na assembleia. É o Bloco que tem, consistentemente, protegido os interesses dos açorianos face ao extrativismo do Grupo Bensaude e à complacência do governo regional. Foi o Bloco que alertou para os ajustes diretos de 50M assinados num sábado. Foi o Bloco que conseguiu a renegociação dos juros pagos pela região à EDA, numa poupança efetiva de cerca de 1M de euros. Temos sido um partido consequente. Um partido que tanto denuncia como propõe; que não só combate como também constrói.
Por isso, o que podemos pedir aos nossos funcionários e aos nossos representantes eleitos é que continuem o trabalho que têm vindo a desenvolver, com a dedicação que têm vindo a demonstrar.
A nossa prioridade deve estar em fazer crescer o partido e, principalmente, em fazer crescer a esquerda. Para isso, temos de exigir mais a nós próprios — uns aos outros, aos militantes aqui presentes.
Precisamos que cada camarada milite em casa, no café, nos grupos desportivos, nas filarmónicas, nas paróquias — na sua comunidade. Precisamos conhecer a realidade do nosso arquipélago, ouvindo os nossos concidadãos, e transmitir uma mensagem de esperança.
Façamos os possíveis para politizar mais gente, porque os Açores querem-se democráticos, com uma sociedade civil plural e ativa. Organizemo-nos, dentro e fora do partido. Façamos pontes com os nossos aliados e mantenhamos o contacto uns com os outros.
Temos de continuar a apresentar uma alternativa ao status quo, aos interesses instalados, ao capitalismo selvagem e de baixos salários. Quantos mais formos, e quanto mais ativos formos nesta luta, melhor será a alternativa que teremos a apresentar. Faz toda a falta. Fará toda a diferença.
Concluo lembrando que só será possível a construção de uns Açores dignos, tendo como alicerces firmes os direitos humanos. Não aceitamos que a nossa região assobie para o lado enquanto os ‘nossos’ ‘aliados’ da NATO facilitam o genocídio. Não aceitamos a cobardia de cumprimentar embaixadores israelitas sem uma oposição intransigente face ao genocídio. Exigimos, no mínimo, uma região inequivocamente solidária com o povo palestiniano.
Açores livres, Palestina livre!
Viva o Bloco; viva a Esquerda; vivam os Açores; Viva a dignidade e vivam os direitos humanos!!